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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Tatus-bola

Tatus bola - www.samuelbonette.blogspot.com Essa foto ao lado foi tirada há quase um ano. Bom, para quem não conhece, esse é um tatu-bola, bicho que parece estar em extinção. Bom, esse não é um fato científico, pelo que sei, pois não devem haver cientistas muito preocupados com o surgimento ou desaparecimento da população mundial de tatus-bola. Afora essas considerações sobre a cientificidade da existência dos tatus-bola, eu não tenho visto tatus-bola tão frequentemente, e quando me deparei com um espécime raro (pelo menos para mim), me vi obrigado a registrar o momento em uma fotografia.

É engraçado que eu não tenha mais visto tatus-bola. Talvez eles estejam reunidos em algum lugar do mundo aguardando o momento de tomar de assalto o planeta e instituir a Ordem Mundial dos Tatus-Bola; talvez estejam nesse lugar se reproduzindo a fim de garantir a sobrevivência da espécie; talvez eles estejam simplesmente camuflados em meio à poluição do mundo moderno, visto possuírem uma cor acinzentada. Mas o mais provável é que eles estão por aí, onde sempre estiveram, e eu não os tenha visto, por não reparar nos lugares onde eles normalmente estão, lugares escuros, úmidos, um pouco escondidos.


Não, eu não estou louco. Eu não acho que seja, de fato, importante saber onde estão os tatus-bola (muito embora não ache fútil); o meu interesse neles se dá porque eles foram algo importante na minha infância. Podem rir o quanto quiserem, mas assim como todos têm algo que foi importante na sua infância, os tatus-bola foram importantes na minha infância; ainda me lembro como era engraçado achar uma colônia de tatus-bola embaixo de um tronco ou de uma pedra, e ficar observando-os. 


Lembro que eles me pareciam miniaturas de fuscas, porém com pernas, e sem pára-brisas. Aliás, as pernas deles me chamavam a atenção sobremaneira, pela coloração e o modo do movimento. Não raras vezes eles se fechavam ao pegá-los. Após um tempo na palma da minha mão, eles suspeitavam que estava tudo tranquilo, e retornavam ao estado normal; aí eu fazia eles caminharem por longo tempo na minha mão, indo de uma palma para outra. Muito me diverti com os tatus-bola.


Bom; o mais importante não são os tatus-bola em si, mas sim, o significado que eles têm para mim. Eles representam um tempo de diversão constante, um tempo de falta de preocupações mais sérias do que as necessidades básicas. Mais que tudo, um tempo de inocência.


E, engraçado, assim como os tatus-bola estão sumindo, a Humanidade também está perdendo algumas coisas que são importantes. A simplicidade das pequenas coisas, que trazem muita felicidade, coisas que não se podem comprar, como confiança, amizade, uma reunião com os amigos, um bom churrasco, está desaparecendo. E mais: a gentileza com um desconhecido, a confiança no próximo, e, de uma forma geral, os atos das pessoas com relação às outras, que não são seus parentes ou conhecidos, estão sumindo, nos transformando em selvagens, em incivilizados.

Bom seria se achássemos, todos, os nossos "tatus-bola", e retornássemos à inocência das nossas infâncias, nos tornando, assim, criaturas melhores, seres humanos melhores.... mas como isso não está em nós, pelo menos por breve momentos podemos ser assim, quando encontramos nossos "tatus-bola".
Samuel Bonette

sábado, 18 de agosto de 2007

O destino certo

Caminho, destino, vida, Deus, fé - www.samuelbonette.blogspot.com.br
Ontem eu estava indo para a faculdade, e, como a maioria dos ônibus vai para o Centro, eu, distraidamente, peguei o primeiro que passou, sem observar se de fato ele ia mesmo até o Centro. Depois de um certo tempo somente que eu me lembrei que não havia observado o detalhe do destino do ônibus, e me vi numa dúvida cruel. Decidi por esperar para ver o que acontecia; se o ônibus desviasse da rota eu desceria do mesmo e pegaria outro ônibus. Para a minha sorte, o ônibus foi para o Centro.

Mais tarde, ao analisar o acontecido, deparei-me com uma síntese do que acontece muitas vezes em nossas vidas, e mais, como a vida de algumas pessoas é como a situação descrita acima. Quantas vezes nós começamos a fazer algo sem saber exatamente porque? Ou então, quantas vezes compramos idéias sem pensar seriamente sobre o impacto que elas terão nas nossas vidas? 

Não raras vezes nos vemos em situações nas quais não gostaríamos de estar. Não obstante, por pura inércia, nos mantemos em situações incômodas e que nos causam dúvidas por medo de mudarmos e experimentarmos coisas novas. Esperamos que aconteça algo bem ruim, ou que nos cause profundo desgosto porque é mais conveniente ficarmos onde estamos, sem fazer nenhum esforço, sem sermos desafiados.

Mudar sempre causou medo no ser humano. Mesmo que alguém nos prove, por A + B que tal ato é errado, ou que tal caminho nos levará a um lugar ruim, ou a uma desgraça, permanecemos com as mesmas atitudes porque a mudança nos causa medo. Preferimos continuar no caminho errado a mudar, porque a mudança significa uma "perda de controle". No entanto, quando conseguimos romper o medo de mudar, quando conseguimos "ver o invisível", notavelmente temos um progresso. Ao mudarmos, quebramos paradigmas e conhecemos novas realidades. Vimos que não é tão ruim assim uma mudança; pode ser algo extremamente positivo e um aprendizado profundo para a nossa vida.

Quando rompemos com nossas práticas, temos de reconhecer que não está em nossas mãos o poder sobre todas as coisas; quebramos o nosso orgulho e reconhecemos que há mais coisas do que imaginávamos, e que muitas coisas não podemos controlar, contrariando a idéia de que somos senhores sobre toda e qualquer situação. Diversas vezes em nossas vidas vemos todo e qualquer controle fugir de nossas mãos, inclusive o controle emocional; tudo aquilo que sabíamos e podíamos fazer ja foi feito, e mesmo assim de nada adiantou. 

Então, temos de entregar o nosso caminho a alguém. Uns entregam ao acaso; outros à incerteza, outros ao primeiro que lhes aparece pela frente. Eu, quando me vi num caminho sobre o qual eu não poderia decidir com propriedade, decidi entregar meu caminho a dois caras que sabem de todas as coisas, Pai e Filho, que deram o Seu Filho e a Sua Vida, respectivamente, por mim: Deus e Jesus Cristo. Entreguem suas vidas a Eles, e seguramente vocês vão se dar bem; mais: como eu cheguei com o ônibus, vocês chegarão ao destino certo.

Samuel Bonette

domingo, 5 de agosto de 2007

Auto Imagem

Autoimagem, Simpson, South Park, Vida, Conduta - www.samuelbonette.blogspot.com
Descobri recentemente dois sites nos quais dá para fazer desenhos utilizando-se de traços pré-definidos, desenhados por desenhistas de desenhos muito famosos, o The Simpsons e South Park. Então dá para se fazer desenhos de si mesmo, com as opções disponíveis. Ali se pode externalizar a imagem que temos de nós mesmos, ainda que somente a imagem física. 

Porém, nós nos vemos de uma forma, e pensamos que todos nos vêem assim como nos vemos; no entanto, frequentemente as pessoas nos vêem de uma forma completamente diferente. E se assim é fisicamente, muito mais emocionalmente; e isso é um dilema, pois, afinal de contas: somos como nos vemos, ou somos como nos vêem?

A nossa tendência é pensarmos a respeito de nós mesmos como pessoas muito boas, com muitos atributos invejáveis, que só desejamos o bem a todos; e é claro, com alguns pequenos defeitos que não fazem mal a ninguém, afinal, como todos nós temos defeitos, devemos tolerar os defeitos dos outros. Ledo engano; afinal de contas, se fôssemos todos tão bondosos como imaginamos ser, porque haveria no mundo tantas pessoas magoadas com atitudes de outras? Porque haveria tantas intrigas e maldades sendo cometidas mundo afora? Porque há tanto desperdício de comida e tanta gente passando fome? 

Se somos, como gostamos de pensar, "98% do tempo bondosos e somente 2% do tempo maldosos", porque há tantos problemas no mundo originados pelo ser humano? Há, sem dúvida, uma disparidade entre aquilo que somos realmente e aquilo que pensamos ser. Talvez os nossos "2% de maldade" sejam mais fortes e mais marcantes que os "98% de bondade"; em se comprovando isso, implicaria num outro problema ainda maior, que seria descobrir o motivo de sermos assim, mas isso não cabe a mim, pelo menos não nesse momento, avaliar.

Por outro lado, não somos também monstros horríveis que algumas pessoas querem que sejamos. Não raramente converso com pessoas que, após algum tempo, revelam que tinham uma ideia bem diferente sobre mim. Isso se dá porque nunca esperamos ter um convívio real com uma pessoa; antes disso, já a julgamos pela aparência da mesma. Como fala, como se veste, enfim, tudo aquilo que é externa a ela. Não desprezo essas coisas, porque são alguns sinais que mostram como a pessoa é por dentro, porém, isso não é tudo! Muito pelo contrário, é apenas a ponta de um grande iceberg; o principal de uma pessoa é o que está dentro dela; se não fosse assim, o coração, a mente, os rins e tudo o mais estariam pendurados em nós; mas não; eles estão por dentro, o que é um indicativo sobre onde está o que é mais importante.


- Então, sr. Samuel Bonette, se o que somos de fato não é aquilo que as pessoas pensam sobre nós, não é aquilo que pensamos sobre nós mesmos, o que somos então?


E vou eu lá saber? Querem que eu explique algo que assombra a humanidade há séculos? O que eu tenho são algumas idéias, algumas pistas de por onde talvez seja o caminho. O primeiro passo: não se precipitar. O segundo: tentar compreender os motivos do outro. O terceiro: sabermos que nunca saberemos a real intenção do outro; nem tudo o que ele vai nos dizer é totalmente verdadeiro. E, ainda assim, no fim das contas, não cabe mesmo a nós julgarmos uns aos outros, pois nunca faremos um julgamento 100% correto. Logo, estaremos cometendo injustiças, o que geraria uma nova onda de julgamentos, num ciclo vicioso. 


O melhor, portanto, é o amor; "Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,  preferindo-vos em honra uns aos outros". Romanos 12:10.

Samuel Bonette

sábado, 5 de maio de 2007

Comprando o tempo

Comprando o tempo - www.samuelbonette.blogspot.com
É interessante a forma como o ser humano lida com o tempo. Um ditado muito velho já disse: "Tempo é dinheiro". Se essa é uma verdade, não tenho o gabarito necessário para avaliar, mas duas coisas são certas: se tu estás perdendo tempo, tu estás perdendo dinheiro; e sempre que tu não estiveres ganhando dinheiro, com certeza tu estarás gastando dinheiro.

A primeira sentença se faz uma verdade na medida em que, se tu estiveres fazendo algo inútil, esse tempo ocupado para isso poderia ser destinado para um determinado serviço. Por exemplo: em vez de ficar em frente à uma TV, procurando algo de bom para ver (o que, no caso de TV aberta, é raro), eu poderia estar trabalhando em algo, ou então, lendo ou estudando, para adquirir conhecimentos que podem ser imediatamente ou nem tão imediatamente assim, úteis.

A segunda sentença se confirma da seguinte forma: usando ainda o exemplo anterior, ao ficar em frente à TV, eu estarei, no mínimo gastando energia, o que significa um gasto desnecessário. Para confirmar a minha tese, eu ainda posso usar outro exemplo: ao ir dar uma volta, estarei gastando, no mínimo, energia, que eu adquiro ao me alimentar, e a sola dos sapatos. E dinheiro, se os livros e as aulas de História não me mentiram, sempre foi uma preocupação do ser humano. 


O dinheiro se faz importante pelo poder que ele confere à quem o possui. Quem tem o dinheiro, pode quase tudo. Tudo o que estiver à venda, ele pode possuir: automóveis, imóveis, roupas, perfumes, jóias, calçados, terrenos, utensílios, móveis, enfim, uma série de coisas úteis e outras nem tão úteis assim, mas que conferem ao ser humano uma sensação de bem-estar e de conforto. Justamente por poder comprar muitas coisas, o dinheiro atrai os seres humanos; consequentemente, possuir muitos bens dá à qualquer ser humano um poder de atração, sedução e magnetismo muito grande. As pessoas se sentem atraídas por outras que possuem muito dinheiro. 


Como eu disse acima, o dinheiro pode quase tudo. Há coisas que o dinheiro não pode comprar. A felicidade é um exemplo disso. Se fizermos uma pesquisa, e perguntássemos às pessoas: "O que tu gostarias de ser?" , provavelmente a grande maioria delas diria em primeiro lugar: "Ser feliz", e em segundo: "Ser rico". Como já disse Homer J. Simpson: "Você pode ter todo o dinheiro do mundo, mas há algo que jamais poderá comprar: um dinossauro!". 


É.. não queremos nenhum dinossauro, até porque dentro da ciência há forte controvérsia sobre a existência dos mesmos, e mesmo se eles existiram, de fato, e os quiséssemos, jamais poderíamos tê-los, por um simples fato: eles não existem; para tê-los teríamos de voltar no tempo, e essa é mais uma das coisas que o dinheiro não compra, e jamais poderá comprar.


O tempo não tem preço. Muito embora possamos manipulá-lo parcialmente, para que ele pareça passar mais rápido, ou então, para que alguém perca um determinado horário, não podemos mudar o que já passou. Podemos planejar o tempo futuro, e mesmo assim nem tudo sai conforme esperamos, pois as coisas que ainda não aconteceram estão por vir, quando acontecem se tornam presente, e rapidamente, passado. Desta forma, o tempo é cruel conosco. Ainda na relação tempo x dinheiro, eu me pergunto se é melhor termos tempo ou dinheiro. Normalmente, quando temos um não temos o outro. Os dois não conseguem coexistir por muito tempo.

Recentemente, assisti ao filme Click, com Adam Sandler, e confesso que o mesmo me deixou muito impressionado. Quem assistiu ao filme, sabe do que eu estou falando, e quem não assistiu, é uma ótima opção. O filme trata da relação entre tempo, família e trabalho. Na história, Michael Newman, que é interpretado por Adam Sandler, é um cara muito ocupado com o trabalho. O objetivo dele é subir na vida, para dar uma vida boa à família. Logicamente, para isso, ele prioriza muito o trabalho em detrimento da família. 


Certo dia, ele recebe um controle que tem um poder especial: controlar o tempo. Pode-se, com esse controle, voltar no tempo, e também avançá-lo, de acordo com a necessidade. Com as escolhas que ele faz, acaba perdendo a sua família e tudo mais o que lhe é importante, fazendo um caminho inverso àquele planejado por ele inicialmente. Usando esse exemplo (obviamente, uma ficção, mas que não é um absurdo) dá para se ter uma idéia do que é mais importante, no fim das contas. 


Hoje em dia, as pessoas estão sem um senso do certo e errado; parece até que o certo é errado, e o errado, certo. Ninguém tem um limite: se dá importância extrema ao trabalho e ao dinheiro, e nenhuma importância a outras coisas tão importantes ao homem quanto o primeiro: o lazer, o amor, o carinho, o descanso. A Humanidade entrou num processo onde o tempo é realmente dinheiro, e tem de se ganhar dinheiro a qualquer custo. Não condeno a busca de riquezas, o trabalho, e o apreço pelo conforto, e outras facilidades que o dinheiro nos confere. 

A frase que diz: "O dinheiro é a raiz de todos os males" na minha opinião é errada. Muito pelo contrário, acho importante e dignificante ter um trabalho e buscar sempre evoluir financeiramente; eu mesmo busco isso. Eu estou estudando, trabalho e quero ter mais na vida. Já me surpreendi muitas vezes falando: "Querendo ou não, tudo gira em torno de grana", o que não é necessariamente uma verdade. Se isso satisfizesse, se isso nos fizesse sentirmos felizes e completos, não haveria tantas pessoas ricas se suicidando, matando seus pais e cônjuges.


Por outro lado, tenho visto muitas pessoas que trabalham duro, ganham pouquíssimo, e ainda assim são muito felizes, deitam em suas camas e dormem sem problemas algum. Em uma época em que o tempo está se tornando mais importante do que o dinheiro, a melhor utilização possível desse bem se torna algo imprescindível para qualquer humano. Temos de saber administrá-lo para que não venhamos a perder a noção que, para um tanto de horas trabalhadas, temos de ter um tempo de descanso, a fim de rendermos o máximo possível quando chegar a hora de trabalharmos novamente. 

Como as duas coisas são deveras importantes, e uma complementa a outra, logo se verá que não há como ir nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Há que se achar o equilíbrio entre as duas coisas, e, resolvido esse problema, ainda temos pela frente a busca pela felicidade, que não reside no próprio ser humano.

Samuel Bonette

sexta-feira, 30 de março de 2007

O sentido da Vida

O sentido da Vida - www.samuelbonette.blogspot.com
Vida. Como é bom o sentimento de alegria, e de felicidade, por extensão, que sentimos ao pensarmos nela. É uma maravilha termos a vida, um dom gratuito concedido à nós, seres humanos. A vida é algo muito belo que recebemos ao nascer, e que nós vamos "cultivando" ou não ao longo de nossa existência. Muito embora esse "cultivo" não dependa totalmente de cada um, individualmente, mas somos nós com toda a certeza, os maiores responsáveis por mantê-la, desenvolvê-la, ampliá-la e torná-la útil. 

Ao nascermos, somos inscientes de todas as coisas. Nem ao menos enxergamos, porque a visão funciona a partir de um banco de dados que fica no nosso cérebro, que analisa os impulsos que recebemos através da córnea, e os compara com algo que já vimos, originando assim a nossa visão. Assim sendo, ao nascermos, por não possuirmos nada nesse banco de dados, não enxergamos totalmente, só vemos alguns borrões. Se nem ao menos podemos ver, quanto mais fazermos qualquer outra coisa. 


Nesse momento somos dependentes de outros seres vivos para manter as nossas vidas. Se fossemos filhos de algumas espécies de aranhas, por exemplo, nossas mães iriam nos devorar para garantir a sua própria sobrevivência; como não somos filhos de aranhas, e temos pais que têm cérebro para raciocinar, eles não só não nos devoram como nos garantem alimento, cuidados com nossa saúde, abrigo, segurança e amor.


Após alguns anos, já podemos razoavelmente cuidarmos de nós mesmos, ainda em nossa infância. Já sabemos caminhar com nossas próprias pernas, temos uma certa noção do que é prejudicial ou não à nossas vidas, mas ainda não sabemos julgar totalmente o que é próprio e impróprio, além de que nossos pais continuam a nos prover nossas necessidades básicas. Chega a adolescência, a juventude, e cada vez mais vamos nos tornando independentes das outras pessoas. Vamos crescendo em sabedoria e experiência, conseguimos nos independer parcialmente na questão financeira, já temos nossas próprias idéias, nossos caminhos, nossas metas, vamos tendo novas experiências, adquirindo mais e mais conhecimento.

Na fase adulta nos vemos no auge de nossa força. Escolhemos abandonar a segurança e conforto do lar, o nosso ninho seguro, para nos juntarmos a outro ser humano e constituirmos família. Descobrimos um mundo novo, cheio de possibilidades e com muitas dificuldades, que até ali praticamente inexistiam, porém somos fortes, temos vontade, e vamos em busca da conquista do mundo. Parece que nada pode nos deter.

Entramos na meia-idade... já não somos tão fortes, mas temos muita experiência, que nos permite compensar a falta de juventude. Os filhos chegaram, e, tal como nossos pais, nossos objetivos mudaram. As nossas prioridades passam a ser os filhos. Praticamente tudo o que é feito é em função deles. A fase de lutar já passou e está na hora de colher os frutos. Nos distraímos colhendo os frutos e nos vemos à porta da velhice. Os filhos já estão adultos e saíram de casa, como havíamos feito muitos anos antes. A força se foi quase que completamente, e nos vemos novamente dependentes de outros seres humanos para garantirmos a nossa própria sobrevivência. 

Quando chega essa época, nos tornamos muito saudosistas; lembramos de coisas que aconteceram, de coisas que realizamos, e nos damos conta de algo importante: passaram-se todos esses anos, fizemos o que fizemos, e mesmo assim ainda falta algo.
A vida passou rapidamente, e estivemos muito envolvidos com outras coisas que não nos deixaram parar para pensar nela própria. Usufruímos dela, estamos nela, a vemos diariamente em todas as coisas que fazemos, mas... ela nos ocupou tanto que nunca paramos para pensar nela. Sempre tão perto, mas ao mesmo tempo tão misteriosa. Nascemos para morrer? Seria esse mesmo o sentido da vida? Não ter sentido?

Acho pouco provável. Me aprofundo mais: Acho impossível. Se não sabemos o valor e o sentido da vida, porque a valorizamos tanto? A prova de que a valorizamos é que não nos suicidamos nem saímos matando outras pessoas na rua (outra prova é que não comemos nossos filhos); muito pelo contrário, condenamos esses atos veementemente, e assim foi em toda a história da Humanidade. Portanto, há sentido na vida, pois se não houvesse, nos mataríamos todos. Algumas pessoas, no decorrer de suas vidas encontram o sentido, e o levam consigo até a morte. Outras encontram e não acreditam no que vêem, preferem ficar procurando, sem jamais encontrar outro; mesmo assim, jamais encontram, e jamais aceitam o sentido real da vida. 

E ainda há um grupo de pessoas que ficam eternamente procurando, e nunca acham. Eu adianto a vocês que o grupo maior é o grupo do meio, dos que encontram e se recusam a aceitá-lo. Querem saber porque eu afirmo isso? Porque o sentido da vida é conhecido desde o início da Humanidade, está ao alcance de todos, o podemos encontrar quase que em cada esquina, e é muito fácil. Eu já o encontrei, e vou revelar a vocês, meus caros:
O SENTIDO DA VIDA É O AMOR.

Porém, o Amor ao que eu me refiro é um amor muito mais alto e puro do que qualquer coisa que possamos imaginar. O Amor que eu me refiro é um amor capaz de dar a vida do seu próprio Filho para que nós tenhamos a vida. E bem por isso que não podemos compreender esse amor, e é essa a causa de muitas pessoas rejeitarem o sentido da vida, porque elas não o compreendem. Se escolhessem simplesmente deixar esse amor tomá-las, jamais se sentiriam tristes. Jamais se sentiriam sozinhas. Jamais se sentiriam vazias. 

Um Amor que é capaz de entregar seu Fiho à morte em favor de toda a Humanidade é, de fato, algo racionalmente incompreensível ao ser humano, pois somos limitados. Porém, como já foi dito em João 3:16:
" Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

Assim sendo, está hoje sendo revelado o sentido da vida, e mais: diante de teus olhos, está se descortinando uma nova perspectiva, a perspectiva de vida eterna. Não essa vida na Terra, uma vida difícil e passageira, mas uma vida de eterna alegria.

Agora, basta a ti escolher entre aceitar o sentido da vida, ou continuar infrutiferamente buscando outro sentido, que já te adianto, não será encontrado. A alegria total só poderá ser encontrada quando aceito o sentido da vida. Hoje eu somente o revelei a ti. Eu posso te mostrar o caminho, visto que já o encontrei. Pergunta a mim, e eu te direi.

Samuel Bonette

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Competição desleal


Eu criei esse blog há uma semana, um pouco mais, talvez. A minha primeira postagem foi com um assunto deveras importante, talvez o mais importante de todos. Obtive uma ótima resposta, das pessoas que aqui postaram, e de outras, que não postaram mas leram o texto, o que muito me alegra. Como eu prometi à algumas pessoas atualizá-lo semanalmente, chegou a hora de fazê-lo. Porém, quando me dei em conta que deveria escrever sobre algum assunto, percebi o quanto é difícil fazer algo bom, sentir-se satisfeito, e repetir o feito.

Há uma espécie de competição consigo mesmo, uma busca incessante em fazer mais, e melhor, melhor, e melhor. Essa busca, senão obsessão, se torna algo infrutífero e frustrante, pois nada mais natural uma variação de qualidade naquilo que fazemos, ou, para ser mais correto, não uma variação de qualidade, mas sim uma maior ou menor abrangência de atingimento do gosto popular.
É natural que ao tomarmos um tipo de atitude, escolhendo um determinado caminho, deixamos de lado no mínimo uma opção, e, mais constantemente, várias opções. Isso por si só já basta para aparentar que não estamos alcançando o sucesso, pois isso gera, invariavelmente, um afunilamento, diminuindo, num primeiro momento, o "público". Porém, todas as coisas, principalmente quando são novas, têm de passar por um momento crítico e decisivo, para que possam provar a si mesmas e às outras que estão no caminho correto. 



Um exemplo muito claro disso é um bebê: ao nascer, com apenas nove meses de vida, ele tem de deixar o lugar onde até então estava abrigado; um lugar confortável e seguro, e o pior - se separar daquilo que era até ali a sua única fonte de vida, o cordão umbilical. Esse é um momento crítico, porque tudo o que ele tinha até então é tirado, a fim de que se mantenha o maior dom: a vida. Assim por muitas vezes é na nossa vida: abrimos mão de algumas coisas que até então nos foram, ou que pareceram ser importantes, ou mesmo cortamos relações com as mesmas (seja qual for o tipo de relação), para que alcancemos o objetivo final.

Passado esse momento crítico inicial, começamos a desenvolver aquilo que realmente será importante, que é uma identidade própria. Todos somos talentosos numa área ou noutra, e buscamos reconhecimento e sucesso como forma de afirmação pessoal. Se isso não vêm naquele tempo que nós pensamos que ele deveria vir, ficamos atribulados, pensando que as coisas não estão dando certo, rapidamente diluindo toda a fórmula usada até então, sem ao menos esperarmos o tempo correto para que a semente frutifique e dê frutos.
Esse imediatismo que tanto se prega hoje em dia, essa ânsia pela fama, sucesso, e dinheiro, essa caçada selvagem aos resultados esconde a verdadeira busca da Humanidade, desde os tempos mais remotos: FELICIDADE. 



Entretanto essa empreitada está fadada ao insucesso, visto que a Humanidade buscou sempre em si mesma essa felicidade, e ela não está em nós, já que somos falhos. Essa repentina aceleração está fazendo com que as crianças de hoje se criem sem regras para obedecerem, pois os pais, que deveriam lhes ditar as regras estão ausentes, às voltas com seus empregos que lhes exigem cada vez mais tempo e dedicação; os adolescentes por sua vez estão estressados com o mundo que está sendo deixado por herança, e já não sabem o que é certo e o que é errado, em face de se obter resultados. Os jovens, com sua força, parecem dizer que mais e mais velocidade e resultados podem ser obtidos, ignorando que em pouco tempo não suportarão mais a rotina exaustiva.

Há que se repensar a forma de se viver, ou cada vez mais vamos nos afundar nessa competição doentia por melhores resultados, sem medirmos as consequências de nossos atos, fazendo com que uma coisa sadia e necessária ao ser humano, que é melhorar com relação a si mesmo e aos outros se torne algo monstruoso e uma máquina destruidora de grandes talentos.

Essa é a minha segunda postagem, espero que não seja por demais cansativa aos que lerem, e, para esses que lerem e gostarem, espero cada vez mais corresponder aos seus anseios; porém, desejo responder aos meus anseios, estar feliz comigo mesmo e com o que eu postar aqui, de acordo com aquilo que me for inspirado.


Samuel Bonette.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

O beijo e o amor

O beijo e o amor - www.samuelbonette.blogspot.com.br
No filme Hitch - Conselheiro Amoroso, há uma parte na qual o ator principal afirma que oito em cada dez mulheres acreditam que no primeiro beijo elas saberão tudo o que precisam sobre um homem. Talvez seja verdade, talvez não, muito embora eu não acredite. Eu acredito no amor, num verdadeiro amor que não se pauta em questões físicas e corporais. O amor é um sentimento muito mais alto e sublime do que os outros sentimentos que se assemelham a ele, tal como simpatia, afeição, gostar de alguém, e até mesmo paixão. 


Aliás, essa última eu diria que é totalmente contrária ao amor.
Enquanto o amor é paciente, esperando a melhor oportunidade para se fazer conhecido, a paixão é imediatista; não pode esperar mais nenhum segundo sequer para se declarar. O amor não necessita de reciprocidade, é um sentimento firme e forte em si mesmo, pois o amor não busca a sua vontade, o seu bem-estar, mas sim, seu maior prazer é a felicidade do ser amado, seja com quem for, seja como for, seja onde for. A paixão necessita de reciprocidade, pois ela é egoísta, ela quer o seu objeto de desejo consigo a toda hora, com toda a atenção voltada para si, inflando tanto o seu ego que em pouco tempo, ela se enfada e acaba. 

O amor pode levar tempo até se desenvolver, visto a complexidade e magnitude de seu alcance, porém a paixão se desenvolve em poucos segundos, e termina mais rápido ainda. O amor é racional, pensa, pesa prós e contras, abdica de sua própria vontade em favor do ser amado; entretanto, a paixão é louca, cega a todos, destrói tudo o que for preciso para executar o menor dos seus caprichos. O amor só se comporta de acordo com a verdade, busca-a a todo instante, e sua maior alegria é ver a verdade dita aos quatro ventos. Já a paixão não tem escrúpulos, mente pelos cotovelos, engana a todos, inclusive a pessoa a qual ela está direcionada, pois ela não tem compromisso com ninguém, exceto consigo mesma. 


Por essas coisas e outras mais, eu busco o amor, o verdadeiro amor, que a todo instante cresce, que é eterno, que não se baseia em coisas que se perdem, tais como a beleza, o dinheiro, status, posição social... E ainda sobre o beijo, acredito que o primeiro não diz nada, mas os outros milhares que se seguem, até à velhice, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza, até que a morte os separe, esses sim, dizem tudo o que o amor precisa saber, com caráter, compreensão, carinho, fidelidade, e acima de tudo, o amor, infinito e imensurável.


Samuel Bonette