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sábado, 10 de fevereiro de 2007

Competição desleal


Eu criei esse blog há uma semana, um pouco mais, talvez. A minha primeira postagem foi com um assunto deveras importante, talvez o mais importante de todos. Obtive uma ótima resposta, das pessoas que aqui postaram, e de outras, que não postaram mas leram o texto, o que muito me alegra. Como eu prometi à algumas pessoas atualizá-lo semanalmente, chegou a hora de fazê-lo. Porém, quando me dei em conta que deveria escrever sobre algum assunto, percebi o quanto é difícil fazer algo bom, sentir-se satisfeito, e repetir o feito.

Há uma espécie de competição consigo mesmo, uma busca incessante em fazer mais, e melhor, melhor, e melhor. Essa busca, senão obsessão, se torna algo infrutífero e frustrante, pois nada mais natural uma variação de qualidade naquilo que fazemos, ou, para ser mais correto, não uma variação de qualidade, mas sim uma maior ou menor abrangência de atingimento do gosto popular.
É natural que ao tomarmos um tipo de atitude, escolhendo um determinado caminho, deixamos de lado no mínimo uma opção, e, mais constantemente, várias opções. Isso por si só já basta para aparentar que não estamos alcançando o sucesso, pois isso gera, invariavelmente, um afunilamento, diminuindo, num primeiro momento, o "público". Porém, todas as coisas, principalmente quando são novas, têm de passar por um momento crítico e decisivo, para que possam provar a si mesmas e às outras que estão no caminho correto. 



Um exemplo muito claro disso é um bebê: ao nascer, com apenas nove meses de vida, ele tem de deixar o lugar onde até então estava abrigado; um lugar confortável e seguro, e o pior - se separar daquilo que era até ali a sua única fonte de vida, o cordão umbilical. Esse é um momento crítico, porque tudo o que ele tinha até então é tirado, a fim de que se mantenha o maior dom: a vida. Assim por muitas vezes é na nossa vida: abrimos mão de algumas coisas que até então nos foram, ou que pareceram ser importantes, ou mesmo cortamos relações com as mesmas (seja qual for o tipo de relação), para que alcancemos o objetivo final.

Passado esse momento crítico inicial, começamos a desenvolver aquilo que realmente será importante, que é uma identidade própria. Todos somos talentosos numa área ou noutra, e buscamos reconhecimento e sucesso como forma de afirmação pessoal. Se isso não vêm naquele tempo que nós pensamos que ele deveria vir, ficamos atribulados, pensando que as coisas não estão dando certo, rapidamente diluindo toda a fórmula usada até então, sem ao menos esperarmos o tempo correto para que a semente frutifique e dê frutos.
Esse imediatismo que tanto se prega hoje em dia, essa ânsia pela fama, sucesso, e dinheiro, essa caçada selvagem aos resultados esconde a verdadeira busca da Humanidade, desde os tempos mais remotos: FELICIDADE. 



Entretanto essa empreitada está fadada ao insucesso, visto que a Humanidade buscou sempre em si mesma essa felicidade, e ela não está em nós, já que somos falhos. Essa repentina aceleração está fazendo com que as crianças de hoje se criem sem regras para obedecerem, pois os pais, que deveriam lhes ditar as regras estão ausentes, às voltas com seus empregos que lhes exigem cada vez mais tempo e dedicação; os adolescentes por sua vez estão estressados com o mundo que está sendo deixado por herança, e já não sabem o que é certo e o que é errado, em face de se obter resultados. Os jovens, com sua força, parecem dizer que mais e mais velocidade e resultados podem ser obtidos, ignorando que em pouco tempo não suportarão mais a rotina exaustiva.

Há que se repensar a forma de se viver, ou cada vez mais vamos nos afundar nessa competição doentia por melhores resultados, sem medirmos as consequências de nossos atos, fazendo com que uma coisa sadia e necessária ao ser humano, que é melhorar com relação a si mesmo e aos outros se torne algo monstruoso e uma máquina destruidora de grandes talentos.

Essa é a minha segunda postagem, espero que não seja por demais cansativa aos que lerem, e, para esses que lerem e gostarem, espero cada vez mais corresponder aos seus anseios; porém, desejo responder aos meus anseios, estar feliz comigo mesmo e com o que eu postar aqui, de acordo com aquilo que me for inspirado.


Samuel Bonette.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

O beijo e o amor

O beijo e o amor - www.samuelbonette.blogspot.com.br
No filme Hitch - Conselheiro Amoroso, há uma parte na qual o ator principal afirma que oito em cada dez mulheres acreditam que no primeiro beijo elas saberão tudo o que precisam sobre um homem. Talvez seja verdade, talvez não, muito embora eu não acredite. Eu acredito no amor, num verdadeiro amor que não se pauta em questões físicas e corporais. O amor é um sentimento muito mais alto e sublime do que os outros sentimentos que se assemelham a ele, tal como simpatia, afeição, gostar de alguém, e até mesmo paixão. 


Aliás, essa última eu diria que é totalmente contrária ao amor.
Enquanto o amor é paciente, esperando a melhor oportunidade para se fazer conhecido, a paixão é imediatista; não pode esperar mais nenhum segundo sequer para se declarar. O amor não necessita de reciprocidade, é um sentimento firme e forte em si mesmo, pois o amor não busca a sua vontade, o seu bem-estar, mas sim, seu maior prazer é a felicidade do ser amado, seja com quem for, seja como for, seja onde for. A paixão necessita de reciprocidade, pois ela é egoísta, ela quer o seu objeto de desejo consigo a toda hora, com toda a atenção voltada para si, inflando tanto o seu ego que em pouco tempo, ela se enfada e acaba. 

O amor pode levar tempo até se desenvolver, visto a complexidade e magnitude de seu alcance, porém a paixão se desenvolve em poucos segundos, e termina mais rápido ainda. O amor é racional, pensa, pesa prós e contras, abdica de sua própria vontade em favor do ser amado; entretanto, a paixão é louca, cega a todos, destrói tudo o que for preciso para executar o menor dos seus caprichos. O amor só se comporta de acordo com a verdade, busca-a a todo instante, e sua maior alegria é ver a verdade dita aos quatro ventos. Já a paixão não tem escrúpulos, mente pelos cotovelos, engana a todos, inclusive a pessoa a qual ela está direcionada, pois ela não tem compromisso com ninguém, exceto consigo mesma. 


Por essas coisas e outras mais, eu busco o amor, o verdadeiro amor, que a todo instante cresce, que é eterno, que não se baseia em coisas que se perdem, tais como a beleza, o dinheiro, status, posição social... E ainda sobre o beijo, acredito que o primeiro não diz nada, mas os outros milhares que se seguem, até à velhice, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza, até que a morte os separe, esses sim, dizem tudo o que o amor precisa saber, com caráter, compreensão, carinho, fidelidade, e acima de tudo, o amor, infinito e imensurável.


Samuel Bonette