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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Sentimentos e sentimentos

Sentimentos relacionamentos frustração - www.samuelbonette.blogspot.com
Há diversos sentimentos negativos que nos assolam o coração e mente, tomando nossas vidas, chegando em momento em que menos esperamos, e persistindo em ficar ali, nos perseguindo, nos martelando, ferindo nossos sentimentos, nos afrontando, nos desafiando. Desde os mais primários e instintivos, como o medo, até os mais elaborados, como o atual e tão discutido bullying, todos eles vem acompanhados de outros maus sentimentos; frequentemente são a insegurança e insatisfação. 



E estes sentimentos, que nos vem visitar sem ser convidados, podem aparecer por coisas sem a menor relevância; uma palavra dita por um desconhecido, uma simples escolha que não se revela a melhor, um acontecimento inesperado que frustra um plano de uma viagem pré-agendada, etc. São muitas as possibilidades.




Um destes me tem incomodado, especialmente: Frustração. Oh sentimento ruim este. Sabe quando nos propomos a fazer algo e não conseguimos? Ou então quando buscamos muito alguma coisa, e ao chegar lá, sentimos que o resultado não era o esperado? Isso gera frustração. Este também traz consigo a insegurança e insatisfação. Não estou vivendo uma vida frustrada, mas tenho sentido frustração mais do que o normal. Agora mesmo estou me sentindo um pouco frustrado por escrever isto, pois não gosto de falar de coisas assim. 




Gosto de falar de amor, gosto de contar coisas engraçadas, gosto das coisas belas e boas da vida. Por exemplo: analisando este blog, que comecei em 2007, me senti um pouco frustrado por não poder escrever mais. O trabalho e a faculdade me tem tomado bastante tempo, e não posso atualizá-lo com a frequencia desejada. Isso me frustra. Me lembro de um episódio em que o Homer Simpson, em mais um de seus memoráveis discursos, diz para a Marge: Não consigo viver essa vidinha barata que você vive; quero os baixos aterrorizantes, os altos atordoantes, os médios insosos! Por vezes essa frase me dá uma dimensão da frustração que algumas pessoas sentem.



No entanto, mais importante do que estes maus sentimentos, é o que fazemos com eles. Tentar fugir é bobagem. Não há como se esconder dessas coisas. Se nos escondemos deles, concedemos tempo a eles para se alimentarem ainda mais, se fortalecerem, se aprimorarem, e nos atacarem mais ali adiante. Fingir que não existem é o que eles mais querem. Começamos a viver o lado A e lado B de nossas vidas. Enquanto estamos no lado A, fingimos que eles não existem, e eles estão ali, nos cutucando; quando viramos para o B, eles nos consomem.



A melhor alternativa que vejo é enfrentá-los. Confrontar os mesmos é achar seus motivos; é uma empatia consigo mesmo. Não é ser condolente consigo, o que levaria a consequências e sentimentos ainda piores, mas sim buscar e entender suas causas. Nada melhor para isso do que dialogar com alguém, especialmente alguém compreensivo. E sim, muita força para combater. A tristeza bate à porta? Já vivi muitos momentos alegres. A solidão me quer? Existem mais de 6 bilhões de pessoas no mundo. A insegurança me balança? Veja as minhas conquistas.


Afinal, a vida é feita de esforço, e é justamente o esforço que dá sabor especial às conquistas, que faz a nossa história se tornar épica. Como diz uma estrofe suprimida do hino do RS: sejamos gregos na glória, e na virtude, romanos.



Samuel Bonette