Escrever também é arte. É retirar fragmentos do cotidiano e expandi-los numa história épica, e noutro momento expor em uma pequena frase conhecimentos adquiridos ao longo da vida. É um exercício de procura diária, nos entrelaces dos acontecimentos que nos cercam, o novo, o divertido, o agradável, a crítica, o embate, os relacionamentos e transformá-los em histórias para os outros entes humanos.
É se dar conta, por exemplo, da grande desproporcionalidade existente entre homens e mulheres na população transeunte no Centro de Porto Alegre e discorrer sobre o assunto; é notar como as pessoas estão cada vez mais absortas em seus celulares, Ipad’s e tablet’s e cada vez menos prestam atenção no que acontece ao seu redor; claro que estou trazendo estes assuntos a baila porque notei nelas hoje enquanto transitava na rua, e sobre estes refleti brevemente, imaginando que seriam bons assuntos para se escrever.
Esta semana ainda proferi o seguinte comentário: Tempo: quanto menos tenho, mais coisas faço. Fazendo leitura reversa - Tempo: quanto mais tenho, menos coisas faço. E é verdade; estou a semana toda pensando que tenho que escrever um texto para postar aqui, e mesmo tendo a ideia central, até agora não escrevi absolutamente nada do que havia pensado. Não vai ser agora que vou começar, também.
Mas, como disse de início, escrever é arte, e a arte não se submete a padrões estéticos. Que o diga alguém, que postou no Facebook o seguinte: - A vida ainda tem muito a me encinar – ao que redargui: - Principalmente escrever.
Samuel Bonette