Não é
fácil escrever uma página, as vezes. Devo confessar que na verdade é algo
realmente difícil, em determinadas ocasiões. É o assunto que não flui, o
barulho que irrita, a concatenação de ideias que não ocorre... não tem sido
fácil cumprir minha “auto-promessa” de escrever doze textos neste ano. Eu não
sei o que é pior: a sensação de ter falhado ou a incapacidade de escrever bons
textos; poderia escrever doze textos de qualidade duvidosa e alcançar a meta ou
produzir textos que me agradem mas não alcançar o meu objetivo. Mas tudo há de
melhorar; sempre melhora.
Acontece
que estava refletindo sobre a perda. A perda é algo que nos incomoda. Existem
as perdas gradativas e as abruptas, mas o momento da ruptura é sempre incômodo;
quando perdemos algo de forma abrupta torna-se mais latente o momento em que
ocorre, então normalmente lamentamos mais. Quando perdemos de forma gradual,
tendemos a aceitar mais facilmente; porém sempre há um momento em que “a ficha
cai”, e nos damos conta da perda. Triste e doloroso momento. A perda nos
contrista.
Há perdas
pequenas: por exemplo, quando damos falta de um objeto querido, ou algum
vizinho de anos muda-se para outro bairro da mesma cidade. Acontecem em nossas
vidas também as grandes perdas, como a perda de um sentido como a visão ou
audição, eventualmente, ou ainda a impiedosa e inevitável morte. Não importa: a
perda é sempre lamentada e sofrida.
Diriam os
mais pragmáticos e os menos sensíveis que toda dificuldade é também uma
oportunidade, e toda a perda é também a chance de valorizar mais ou descobrir
novas coisas. Não posso dizer que discordo disto; muitas vezes valorizamos
muito determinadas coisas em detrimento de outras tantas, ou não nos damos
conta que existem infinitas outras coisas bem diante de nossos olhos que podem
ser boas e até melhores do que as que perdemos. Obviamente que existem perdas
que nos causam ganhos, uma vez que nos proporcionam mudanças para melhor;
entretanto, há perdas que realmente são para pior, devido a excelência
incomparável constante no ente perdido.
Contudo,
gostaria de ressaltar que, seja para melhor, igual ou pior, certas coisas são
insubstituíveis, pelo fato de não haver outra igual. Entre estas, destaco, é
claro, as pessoas. Não temos forma, não podemos ser produzidos em escala
industrial, somos únicos, sempre. Então, ame as pessoas que o cercam; a perda
ocorrerá em algum momento e elas serão insubstituíveis; ame com todas as suas
forças, porque na hora da perda, seja momentânea ou eterna, o que restarão
serão somente as lembranças. Ame os seus queridos.
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