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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Confissões de fim do mundo - Antes que seja tarde.

Confissões do fim do mundo - Antes que seja tarde - www.samuelbonette.blogspot.com
Dia 20/12/2012. Estas são as horas que antecedem o fim do mundo, segundo a interpretação alardeante do agora famoso calendário maia. Não é a primeira e nem será a última das “profecias” de fim do mundo. Um dia ele vai acabar, isto é certo, pois sabemos que tudo tem um início, um meio e um fim; mas Deus é quem detém este conhecimento. 

Eu realmente não acredito que o mundo vá acabar em 21/12/2012. De qualquer forma, vou escrever e publicar isto antes das 00:00h deste dia, o que dista deste momento somente algumas horas, seguramente menos de três. Não quero correr o risco de, caso o fim realmente chegue, deixar de confessar os fatos a seguir. Não vou levar, de forma alguma, o peso na consciência de deixar de admitir que:

1. Odeio perder. Especialmente em esportes e discussões. Sou de uma família onde todos tem temperamento forte e talvez pelo fato de ser o filho mais novo, portanto o mais preterido, desenvolvi um espírito muito competitivo. Isto me leva, várias vezes, a perder justamente por não querer perder.

2. Já agi por birra; não fiz o que poderia ter feito ou fiz o que não deveria ter feito só porque em outro momento não tive um desejo atendido ou para mostrar que mandava na situação. Confesso também que abandonei este comportamento, mas isto ainda pode acontecer, como a todo o resto da humanidade.

3. Já amei quem não devia. Aos 7 ou 8 anos de idade morava em Horizontina, minha cidade natal, e lá havia uma cadela da raça husky siberiano que era a coisa mais linda, pêlo preto em cima, branco na barriga e um par de olhos azul claro profundo; eu ia todos os dias brincar com ela, a despeito da minha vira-lata Lulu.

4.  Fui vencido pelo capitalismo. Quando era pequeno admirava o céu e as estrelas, ficava na janela olhando a chuva por horas a fio, subia nas árvores para comer quilos de bergamota e ia, de bicicleta e mesmo a pé, até os rios, riachos e lagoas tomar banho no verão. Hoje fico no Facebook, olhando TV a cabo, comendo e engordando e quase não sei mais fazer conta de dividir e multiplicar a mão. O dinheiro e o conforto que ele me proporciona me roubaram a capacidade de ter tempo para ver algumas coisas simples e bonitas da vida.

5. Raramente choro. Especialmente, nunca chorei ao assistir um filme, mas o Click me leva as raias de chorar, pois me identifico por demais com a história do filme, especialmente na parte do relacionamento com seu pai. Me dá um nó na garganta. Se um dia eu chorar ao assistir um filme, vai ser assistindo o filme Click.

6.  Penso que todo mundo come algo estranho e ainda acha que não é estranho. Eu gosto de comer pão com mortadela e açúcar. Uma amiga comia manga verde com sal, minha esposa come batata crua e meu amigo come sanduíche com melancia. Todos pensam que suas comidas estranhas são iguarias apreciadas por todos. Não são.

Dentre tantas outras coisas, não posso deixar de confessar que sei coisas a respeito de mim que são inconfessáveis e não ousaria contar nem para mim mesmo, nem em pensamento. Tanto boas quanto ruins. Outras que não são boas nem ruins mas ainda assim não posso contar. Carrego comigo emoções e dúvidas que só serão dirimidas e explicadas após o fim do mundo. Quem me conhece pessoalmente talvez vá ficar curioso, mas deixa estar que um dia meu livro será lido.


Samuel Bonette

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