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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Sim, há pessoas insubstituíveis

Sim, há pessoas insubstituíveis - www.samuelbonette.blogspot.com.br
E aí pessoal... é uma grande alegria poder estar aqui novamente escrevendo para vocês, leitores queridos, que me dão um pouco de seu tempo e a honra de seu prestígio aqui neste blog. Sem vocês aqui, com certeza, eu não seria tão feliz e realizado. Nem sempre é uma tarefa fácil escrever e também imagino que nem sempre seja fácil ler o que escrevo nestes dias em que “tempo é dinheiro” (vide Comprando o tempo), dias em que as pessoas querem “ler as figuras”, em que as pessoas ficam menos de 10 segundos num site e já abandonam o mesmo; mas vocês me dão este privilégio e agradeço a Deus pela vida de todos.


Aliás, justamente sobre isto que queria falar um pouco hoje: pessoas. Não há nada tão fácil e tão difícil ao mesmo tempo do que falar sobre pessoas, e aqui não me refiro a comportamentos ou sentimentos que elas tem, mas sim, falar sobre as próprias pessoas. Alguns podem afirmar que é fácil falar sobre isto um vez que a literatura atual tem sido invadida por este tema, especialmente no que tange a literatura empresarial, então há bastante referencial teórico para falar sobre isto; eu não poderia discordar dos que afirmassem isto, pois é esta a realidade.

Entretanto, parece que quanto mais se fala em pessoas, mais complexas elas ficam; é como se elas lessem os livros que falam sobre a complexidade do comportamento humano e incorporassem outras complexidades constantes nos mesmos, somando as suas e tornando-se uma teia refinada de complexidades próprias e adquiridas. Ontem mesmo falava com um amigo que ficou alguns anos numa empresa e lá passou por várias fases diferentes; o mesmo comentava sobre como é impressionante o que aprendeu com cada um dos times e gestores diferentes que teve. E o mais legal: ele ressaltava que, em todas as mudanças, sempre conseguiu pegar o que tinha de bom em cada uma delas.


E, sobre tudo o que poderia falar sobre as pessoas, gostaria de falar sobre uma característica que talvez seja a mais importante de todas: a singularidade. Somos mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, cada uma diferente da outra, seja na aparência, modo de falar, andar, pensar, vestir, reagir diante de situações ou em qualquer outro aspecto que se possa pensar. Mesmo assim, por conta de existir esta quantia enorme de seres humanos, alguns acham fácil desprezar uma pessoa, pois “tem tantas outras”. Isto acontece especialmente no meio empresarial, onde as pessoas são contratadas pelas empresas para desempenhar uma determinada tarefa; como todos fazem a mesma coisa, usam o mesmo uniforme, tem o mesmo horário, estão no mesmo ambiente, com o tempo, aos olhos daqueles, tornam-se uma só coisa, uma massa disforme; e se algum destes “desprezíveis” não dá conta do recado, é rapidamente demitido e outro vem e toma o seu lugar, seguindo a mesma rotina mecanicista.

Obviamente que muitas vezes nos assemelhamos aos outros em algumas características, e normalmente quando isto acontece acabamos estabelecendo ligações com estes “iguais a nós”, formando grupos, formais ou informais. Isto torna quase que natural a comparação e avaliação das pessoas por um parâmetro único, e em algum momento admito que pode ser até salutar. Porém, se analisarmos cada um dos entes destes grupos, encontraremos dentro deles uma infinidade de características, opiniões, sentimentos e pensamentos que os diferenciam dos outros, tornando-o único e, sob esta ótica, é uma aberração considerar a simples hipótese de compará-las. Isto ocorre em qualquer atividade que se for desempenhar.

Acontece que as pessoas são, de fato, insubstituíveis (sem presunção alguma); podemos trocá-las por outras mas é impossível substituí-las porque cada uma faz o que faz do seu próprio jeito, de um jeito que nenhum outro poderia fazer; alguns podem fazer melhor, outros pior, mas jamais igual. Tenho aprendido isto e cada vez mais é importante termos isto fixo em nossas mentes, para podermos amar e valorizar as pessoas que temos ao nosso lado, os momentos que nos proporcionam, as possibilidades de caminhos diferentes a trilhar que trazem a nossas vidas e toda a complexidade que nos acrescentam, seja no âmbito familiar, profissional ou das amizades. Se alguém ainda tem alguma dúvida disto, faça o seguinte exercício: pense em trocar seus pais ou amigos por outros.



Samuel Bonette

sexta-feira, 6 de junho de 2014

N(amor)ados

N(amor)ados, namorados, mensagem 12 de junho - www.samuelbonette.blogspot.com
Junho é mês dos namorados! Independentemente de ser uma data comercial ou não, considero uma excelente iniciativa comemorar uma relação em que duas pessoas unem-se pelo mais nobre sentimento: o amor; lembro que, minha primeira postagem, no ano de 2007, intitulada "O beijo e o amor", falava sobre o amor, este sentimento que é tão especial e essencial nas nossas vidas. Como diria o poeta, “amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é dor que desatina sem doer” e por aí afora. Para se ter uma ideia da amplitude deste assunto, se tirássemos o tema “amor” das músicas  restariam menos que 10% delas, talvez. Diferentemente de outras coisas, salvo em pessoas portadoras de doenças psíquicas, nunca conseguimos ficar desapercebidos ou imunes a este sentimento que nos move.
        
O contrário do amor é a indiferença e não é o ódio, como muitos poderiam pensar; o ódio, em sua maioria, é um amor não correspondido, um amor frustrado ou ainda um amor traído. Neste momento em que a exaltação a uma relação amorosa fica tão em evidência, exposto nas vitrines dos rostos daqueles que amam, como é de praxe, há a reação natural da outra ala, a ala solteira (o que nem sempre significa solitária, como poderia se supor). Diversas são as reações: algumas engraçadas, outras carentes, raivosas, condescendentes e por aí afora. Conversando com alguém sobre amor, disse-me a pessoa: Estou esperando alguém me amar primeiro. Frase bonita, pensei na hora; logo em seguida, perguntei para mim mesmo: o que será que isto significa? Imaginei três opções:

1.      Simplesmente o velho recurso “quem desdenha quer comprar”, ou seja, "já que não tenho um namorado, então este dia não serve para nada; além do mais, o dia dos namorados só é realmente importante quando se tem um amor verdadeiro por trás de uma relação, fato este que nem sempre ocorre, portanto, não preciso disto"; 

2.    Medo de rejeição, pois, como é mais fácil dispensar do que ser dispensado, a pessoa até se propõe a passar horas agradáveis com uma pessoa bacana, mas se isto implicar em uma possibilidade ínfima de se magoar, então não vale a pena e é algo totalmente dispensável; poderia se chamar de “antes só do que mal acompanhado”;

3.    Realmente a pessoa está esperando alguém que dispense a verdadeira energia que o assunto merece.

Particularmente, acredito mesmo que a resposta seja esta última, embora possa soar um tanto contraditório; se analisarmos bem a questão, poderemos compreender que não é injusto nem incoerente o fato de, aquele que compreende a magnitude de um amor, espere conhecer uma pessoa que esteja disposta a envolver-se no emaranhado de sua subjetividade bem escondida abaixo de muitas camadas da sua objetividade; que queira conhecer uma pessoa que entenda que o amor é um dar sem esperar nada em troca e contentar-se simplesmente por ter dado; que o amor é um interesse íntimo e profundo pelo outro sem que necessariamente queira mudá-lo ou transformar o outro em uma cópia de seus gostos, interesses e comportamentos; que o amor é um bem precioso e que não se pode desperdiçá-lo com tolos, arrogantes, pretensiosos, narcisistas e outros mais que tem condutas deploráveis semelhantes a estas.

Entendo, portanto, que as vezes temos mesmo de esperar que aquela pessoa que é de nosso interesse nos ame primeiro para que depois possa receber nosso amor de uma forma completa e não-modular. Trata-se de carregar o amor consigo para entregá-lo a pessoa certa e isto não significa que deva ficar na defensiva com aqueles que tentam atar um relacionamento, mas sim que deve demonstrar que, talvez, seja mais interessante começar um relacionamento depois que ela compreender o alcance completo de seus atos, podendo assim nos conhecer e entender desde os detalhes mais sutis até nossos maiores medos e alegrias, tornando-se assim, ambos, refúgio para o outro, eternos amantes, namorados enamorados.