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sexta-feira, 6 de junho de 2014

N(amor)ados

N(amor)ados, namorados, mensagem 12 de junho - www.samuelbonette.blogspot.com
Junho é mês dos namorados! Independentemente de ser uma data comercial ou não, considero uma excelente iniciativa comemorar uma relação em que duas pessoas unem-se pelo mais nobre sentimento: o amor; lembro que, minha primeira postagem, no ano de 2007, intitulada "O beijo e o amor", falava sobre o amor, este sentimento que é tão especial e essencial nas nossas vidas. Como diria o poeta, “amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é dor que desatina sem doer” e por aí afora. Para se ter uma ideia da amplitude deste assunto, se tirássemos o tema “amor” das músicas  restariam menos que 10% delas, talvez. Diferentemente de outras coisas, salvo em pessoas portadoras de doenças psíquicas, nunca conseguimos ficar desapercebidos ou imunes a este sentimento que nos move.
        
O contrário do amor é a indiferença e não é o ódio, como muitos poderiam pensar; o ódio, em sua maioria, é um amor não correspondido, um amor frustrado ou ainda um amor traído. Neste momento em que a exaltação a uma relação amorosa fica tão em evidência, exposto nas vitrines dos rostos daqueles que amam, como é de praxe, há a reação natural da outra ala, a ala solteira (o que nem sempre significa solitária, como poderia se supor). Diversas são as reações: algumas engraçadas, outras carentes, raivosas, condescendentes e por aí afora. Conversando com alguém sobre amor, disse-me a pessoa: Estou esperando alguém me amar primeiro. Frase bonita, pensei na hora; logo em seguida, perguntei para mim mesmo: o que será que isto significa? Imaginei três opções:

1.      Simplesmente o velho recurso “quem desdenha quer comprar”, ou seja, "já que não tenho um namorado, então este dia não serve para nada; além do mais, o dia dos namorados só é realmente importante quando se tem um amor verdadeiro por trás de uma relação, fato este que nem sempre ocorre, portanto, não preciso disto"; 

2.    Medo de rejeição, pois, como é mais fácil dispensar do que ser dispensado, a pessoa até se propõe a passar horas agradáveis com uma pessoa bacana, mas se isto implicar em uma possibilidade ínfima de se magoar, então não vale a pena e é algo totalmente dispensável; poderia se chamar de “antes só do que mal acompanhado”;

3.    Realmente a pessoa está esperando alguém que dispense a verdadeira energia que o assunto merece.

Particularmente, acredito mesmo que a resposta seja esta última, embora possa soar um tanto contraditório; se analisarmos bem a questão, poderemos compreender que não é injusto nem incoerente o fato de, aquele que compreende a magnitude de um amor, espere conhecer uma pessoa que esteja disposta a envolver-se no emaranhado de sua subjetividade bem escondida abaixo de muitas camadas da sua objetividade; que queira conhecer uma pessoa que entenda que o amor é um dar sem esperar nada em troca e contentar-se simplesmente por ter dado; que o amor é um interesse íntimo e profundo pelo outro sem que necessariamente queira mudá-lo ou transformar o outro em uma cópia de seus gostos, interesses e comportamentos; que o amor é um bem precioso e que não se pode desperdiçá-lo com tolos, arrogantes, pretensiosos, narcisistas e outros mais que tem condutas deploráveis semelhantes a estas.

Entendo, portanto, que as vezes temos mesmo de esperar que aquela pessoa que é de nosso interesse nos ame primeiro para que depois possa receber nosso amor de uma forma completa e não-modular. Trata-se de carregar o amor consigo para entregá-lo a pessoa certa e isto não significa que deva ficar na defensiva com aqueles que tentam atar um relacionamento, mas sim que deve demonstrar que, talvez, seja mais interessante começar um relacionamento depois que ela compreender o alcance completo de seus atos, podendo assim nos conhecer e entender desde os detalhes mais sutis até nossos maiores medos e alegrias, tornando-se assim, ambos, refúgio para o outro, eternos amantes, namorados enamorados. 

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