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domingo, 3 de setembro de 2017

Meu amor bandido

amor bandido frustração - www.samuelbonette.blogspot.com.brEu não sei das outras pessoas, mas eu tenho um amor bandido: a música. Cara... como eu amo a música, mas é o como no filme Piratas do Caribe, quando o personagem James Norrington diz para Elizabeth Swan: nossos destinos são paralelos, nunca se encontram. Fato é que, de tempos em tempos, eu pego meu violão e começo a executar alguns acordes; após alguns momentos, porém, me ocorrem pensamentos como “minha voz é horrível”, “nossa, como tem gente mais habilidosa que eu”, “meu Deus, porque eu não consigo executar estes solos simples?” e por aí afora. A frustração bate e bate forte, dizendo, de forma irônica: “quem tem dó é violão”.
Aliás, de todos sentimentos, a frustração é para mim, talvez, o mais difícil de lidar. É tão difícil que, há muito, eu procuro não criar expectativas – visando evitar a frustração. Meu amigo André Santos disse que isto pode ser ruim, porque também rouba a celebração das coisas boas da vida. Eu concordo.

As frustrações são sempre muito doloridas, para mim. Cito exemplos: quando não consigo desenvolver um relacionamento da forma que eu gostaria; esforços feitos que não são valorizados; quando há falta de empatia; quando tento estabelecer um diálogo com quem não quer falar; e tantos outros que poderia citar. Talvez a frustração advenha de não conseguir controlar todas as coisas.

Devo admitir que, quando isto acontece, fico amargo, azedo, extremamente insuportável, rancoroso, rixoso, detestável, nem eu me aguento. Lembro-me de um réveillon em que fiz um escândalo, só porque eu queria um colar e, quando cheguei na loja em que ia comprá-lo, a mesma já estava fechada. Bah... fiquei muito frustrado e "descontei", injustamente, em minha então namorada e atual esposa, sendo rude e grosseiro com ela; depois de alguns minutos, me dirigi a outra loja e encontrei o colar desejado, mas já era tarde. Nem toda a satisfação em adquirir o desejado foi capaz de amenizar o climão que eu tinha criado, infelizmente.

“Mas então mude” – você pode estar pensando. É mais difícil do que parece, meu amigo. Claro que, com a maturidade crescente, ao longo, dos anos, aprendi a lidar melhor com isto tudo e hoje em dia tenho estratégias para evitar/mitigar/diminuir os efeitos, mas não posso dizer que deixo de sentir. Aliás, é pior negar os seus sentimentos, acredite. É extremamente saudável reconhecê-los e aprender a lidar com eles.

Eu sei que uma das coisas que ajuda a conter este sentimento é exercitar a gratidão: pensar no que se tem, no que já se conquistou, pensar em situações adversas que já passou e venceu, etc.. Outra coisa é parar de focar tanto em seus problemas e ajudar outras pessoas. O mais efetivo, porém, muito embora não possa ser usado indiscriminadamente ou a qualquer hora, é um bom período de sono. É tiro e queda.

E você? Qual o seu pior sentimento? O que você faz para lidar com ele?